quarta-feira, 29 de setembro de 2010

De volta das cinzas

Minha dignidade está de volta e, com ela, as fotos do diário de bordo. Assisti a uns documentários sobre cultura indígena que me motivaram muito a voltar com força para a experiência. As discuções de domingo também voltam em breve... assim que eu me organizar melhor.
Ando sentindo necessidade de falar algumas coisas sobre: uma delas é que vocês não têm noção do processo de auto-conhecimento corporal que eu estou vivendo. Ainda não estou sabendo verbalizar direito isso, acho que vou precisar de algumas referências para tal, mas a coisa está ficando muito profunda. Minha auto-imagem está completamente mudada. Minhas referências estão outras e a relação com o espelho também.

(Segunda-feira)






(Sem fotos da terça-feira)
Cabe aqui uma colocação. Tive essa semana duas experiências muito expressivas com a peça, no que diz respeito ao contato com o mundo externo. Como ando frequentando os mais diversos ambientes por causa do meu novo trabalho, acabo convivendo com pessoas muito diferentes e que não têm o conhecimento da minha experiência de Tcc. Por isso eu posso, a partir delas, sentir uma reação mais expontânea do impacto causado por ela.
Uma coisa interessante foi que algumas pessoas não haviam notado que eu repetia sempre a mesma roupa, ao passo que outras perceberam o fato mas não se sentiram a vontade para expressar nenhum comentário (ou perguntar qualquer coisa). O fato é que eu já me sinto como um personagem da turma da Mônica quando abro o guarda-roupa e vejo várias roupas iguais.
Outra coisa é que andaram me elogiando bastante na rua, dizendo que tenho um estilo original e bla bla bla. Outro quesito muito importante em tempos em que a imagem é cada vez mais massificada e se fabricam pessoas iguais aos montes. Mas eu fico contente em pensar que a estética indigena possa ser atraente para pessoas que, aparentemente se encontram distanciadas dela. Até porque ninguém indentifica, de cara, os motivos das estampas da roupa e os colares que uso com a cultura indígena, por isso podem admirá-la sem pre-conceitos e, assim, perceber o quanto essas culturas podem ser ricas e interessantes estéticamente. É isso ae galere, vamos acordar para o fato de que adorno indígena não é só pena colorida. Há muito mais entre o céu e a terra...
 

(Quarta-feira)





Eu sei que eu repito muito essa forma da roupa ( vermelha estampada com colares diversos), mas é que eu gosto taaaaaaaaaanto. Não consigo (e não quero) evitar. Por hoje é só pessoal...

domingo, 26 de setembro de 2010

Chega de palhaçada.

A partir de amanhã o blog volta a funcionar normalmente. O espetáculo Copo de Leite já aconteceu, minha crise com a roupa já passou e as coisas já podem voltar ao normal.
A crise com a roupa era uma coisa que todos já esperavam, eu, sinceramente, pensei que ela fosse durar mais tempo. Mas, mesmo que ela tenha passado nesse momento duvido que ela não voltará... enfim. Ando sem saber o que escrever por aqui, creio que seja pelo tempo que não fiz isso. Mas, a partir de agora as coisas voltarão ao ritmo normal.
Pretendo fazer um ensaio fotográfico com a roupa, só pra ter umas fotinhas maisbacanas dela.
Mas isso quando deus me permitir ter tempo e ânimo... sabe-se lá quando será isso.






Que deus abençoe a América...do sul.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Desabafo master

Olha gente, vou falar, não tá fácil pra ninguém. Eu não to aguentando mais essa roupa, por isso quase não estou postando fotos, um pouco por eu estar sem tempo e outro tantão por estar evitando tirar fotos para ignorar que eu estou usando isso. Quem me vê todo dia na faculdade sabe que eu ando usando ela direitinho, mas eu ando usando-a todos os dias do mesmo jeito... quase. Prometo que vou voltar a tirar foto e atualizar direitinho semana que vem, mas realmente esses dias minha rotina está bem pesada.
No mais vou tranquilizar uma galere. Apesar de extremamente enjoado não ando pensando em desistir. Essa é uma parte do processo que eu sabia que ia acontecer. Só tenho a dizer que o processo de auto-conhecimento que essa experiência está me trazendo é quase transcedental e, se tudo der certo eu logo supero a matéria e atinjo o nirvana. Enquanto isso não acontece eu tenho que trabalhar...e muito! Tem estréia de peça que eu to participando amanhã. Depois disso eu volto a ter vida.
Bjuspratodos

domingo, 19 de setembro de 2010

Quinta-feira

Bem, como disse, continuo enjoado dessa roupa, por isso andei inventando formas novas para usá-la. Mas, de uns dias para cá esse problema tem sido o menor deles. Qualquer outro contratempo se torna quase nada quando pensamos nesse CA-LOR! Quem está em Goiânia sabe do que estou falando, quem não está dê graças aos deuses, santos, orixás e tudo o mais que for divino por isso.

(Quinta-feira)








Sexta eu estava em Porangatu-Go ministrando um mini-curso de modelagem e figurino de teatro. Não levei minha câmera porque eu tenho certo medinho de tirar ela muito tempo de casa. Mas enfim xD.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Notícias depois de um leve desaparecimento.

Bem, andei sim um pouco desaparecido, isso se deve ao fato de eu mal ter saído de casa por causa de uns trabalhos que tive que fazer. Semana passada ( a semana do feriado e do meu aniversário) fiquei costurando uns figurinos e preparando um curso de modelagem e figurino que vou dar em Porangatu(GO) no dia 17 de setembro, ou seja, sexta feira. Por isso, além de não me ausentar da minha humilde residência, não tive tempo de atualizar o blog e também não pude fazer a discução corriqueira de domingo, peço perdão desde já.
Mas agora as coisas estão parcialmente de volta ao normal e o blog está em funcionamento novamente. Alguma considerações se fazem necessárias: estou enjoado da peça. E hoje daria tudo por uma camiseta azul. Já faz mais de um mês que estou usando a Che Mba'e Pire e ainda faltam cinco para que isso acabe e o pânico está começando a se instalar. Essa semana torci o nariz para ela duas vezes e até cogitei a possibilidade de não sair de casa para não usá-la.
E, por incrível que pareça, é a face preta da roupa que me incomoda mais. O lado vermelho estampado não me irrita tanto... a calça também está me incomodando um pouco e as vezes fico super feliz ao chegar em casa e poder tirar essa roupa de mim.
Todos sabíamos que isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde. Está acontecendo agora. Pode ser que passe em breve. Acredito que agora as formas mais interessantes de uso da peça comecem a aparecer.
Coletes e estampas novas vêm por aí... arranjos de cabeça, sapatos, colares também... tudo assim que eu tiver tempo para viver um pouquinho, por enquanto minha vida acadêmica e profissional não me possibilitam nada além de planejar.


(Segunda-feira)










(Terça-feira)



 








(Quarta-feira)







Sobre estar enjoado da peça, estive pensando que cada roupa exige, de certo modo, uma postura que a acompanhe. E a postura exigida por essa peça talvez esteja me cansando mais do que a peça em si. É interessante pensar nessa coisa de as roupas virem agregadas a uma identidade e, consequentemente a uma postura e/ou modo de agir. Não vestimos duas roupas absolutamente diferentes com duas posturas iguais (pelo menos na maioria dos casos). E essa roupa, por mais que assuma formas diferentes, carrega sempre o mesmo discurso, a mesma temática e consequentemente exige a mesma postura. E aí caímos no discurso de que usamos as roupas como máscaras para nos encenar.
Nesse caso estou ensaiando sempre o mesmo ato, repetindo  as mesmas falas e insistindo no mesmo texto. Gerando um espetáculo sem solução, que se repete, repete, repete, preso a uma realidade ilógica e distanciada do mundo...alguém sentiu uma pitada de teatro do absurdo por aí?
Não sabe o que é teatro do absurdo? Joga no google, wikpédia tá aí pra isso ;D

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Domingo....ops segunda... e o discurso

Já vai fazer um mês de uso da peça e acho que isso pede uma retrospectiva pessoal. Fico relembrando tudo que passou desde a primeira idéia até o momento atual. Já faz mais ou menos um ano que estou idealizando essa experiência e, antes dela começar de fato, aconteceram tantas coisas que parece inverossímil que eu já esteja dentro dela há um mês. Lembro-me da primeira conversa que tive com a professora Maristela, da primeira idéia de modelagem, do primeiro croqui... foi um longo caminho até chegar ao estágio atual. Alguns testes foram feitos, muitas idéias ignoradas, adaptadas... muito tempo de discussão e adaptação tanto da peça quanto da idéia original.



Meu tcc sempre foi uma preocupação Absurda. Desde o primeiro período da faculdade que eu ficava me perguntando sobre o que faria meu projeto final. A primeira idéia era analisar os uniformes de personagens em quadrinhos, depois pensei em assumir o figurino (já que trabalho com isso) e cheguei a pensar em fazer um estudo mais profundo das sociedades ameríndias e suas modificações corporais... mas nada disso me satisfazia completamente porque a maior parte dessas idéias deixavam de fora uma das coisas que eu mais gosto de trabalhar na moda: a modelagem.


E eu ficava pensando em como poderia unir todas essas coisas que eu gostava e queria estudar em uma coisa só. Foi quando a professora Maristela me emprestou o livro‘’El cuerpo diseñado’’ da Andréa Saltzman e todas as respostas foram chegando ao lugar. Estudar o corpo e o movimento e essa interação entre o indivíduo e a roupa que o veste, a relação das sociedades ameríndeas com o próprio corpo e suas modificações corporais, a fascinação por modelagens e roupas que mudam de forma e a criação de um uniforme que criasse uma idéia de identidade... tudo parecia se encaixar... e, de fato se encaixou.


Então começou a odisséia pela criação da roupa em si. Hoje, com ela pronta, parece que o caminho para chegar até ela foi simples, mas não foi. Foram seis meses de especulação e preparação até chegar ao resultado final. A escolha da modelagem, tecidos, tipo de estampa, tipo de botões, decidir onde usar zíperes, onde usar botões, onde assumir as mudanças, onde encaixar meus gostos pessoais e como pensar numa roupa que fosse suportável usar por tanto tempo, etc. Tudo parece muito simples depois de se ver o resultado final, mas o fato é que um longo caminho foi traçado até chegar aqui.


Depois veio a preparação do discurso, de como encaixar tudo que eu queria estudar num discurso só e como aplicar a peça no ambiente. Quais seriam as normas de uso, em quais situações eu poderia subverte-la (e eu como ator estabeleci duas: durante ensaios e apresentações, logicamente eu não usaria a peça =s ). Que até o final do ano não vou fazer interferências no meu cabelo, como cortar ou pintar. E se caso a peça estragasse se eu a arrumaria ou não, e eu optei por arrumar sim. E como funcionaria o blog e qual a real importância da sua existência.


Enfim, muita coisa aconteceu até chegar aqui, e agora que eu estou só usando a roupa parece tudo tão mais fácil. É quase que a hora do recreio da experiência, por que o que veio antes e o que virá depois será/foi muito mais desgastante do que o uso em si. Agora é o momento de registrar o uso, gráfica e textualmente, entrar em desespero, odiar a peça, pensar se é isso mesmo que eu quero fazer, depois repensar tudo e gostar da idéia mais que tudo, etc... (acho que o fato de eu ser uma pessoa dramática ao extremo ajuda muito).


No mais fico devendo uma reflexão mais profunda essa semana. Achei necessário dar uma relembrada na experiência e em tudo que aconteceu até hoje. E peço desculpas por não ter postado essa discussão ontem, no domingo, mas ontem foi a parada gay e eu tava me acabando na esbórnia. Se disserem que me viram jogado em alguma vala por aí tentem não acreditar...

sábado, 4 de setembro de 2010

Final da semana

Olha gente, eu ia mentir, ia dizer que só saí de casa na quinta e que não coloquei o pé na rua nem sexta nem sábado (no caso hoje). Mas eu saí de casa hoje sim, só que não tirei foto. Eu ando me esquecendo desse detalhe com certa frequência (será que é algum processo inconsiente?). Perdão. Hoje usei uma estampa doada pelo Gerson Passos, mas vou colocar uma foto da estampa aplicada à camiseta, assim da pra ter, ao menos, uma noção. =D

Quinta-Feira







(Sábado)



...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O decorrer dessa semana...

Bem, essa semana a crise de que eu falei no domingo desapareceu quase magicamente... plim!
Acho que escrever sobre ela me deu um alívio enorme e, depois de colocar para fora, eu tive condições de resolvê-la. Além do mais estou voltando a pensar e respirar teatro e isso me ajuda a viver melhor (não querendo desmerecer a moda, mas já desmerecendo, mas o teatro faz mais sentido para mim do que qualquer outra coisa). Estou lendo o livro '' A escuta do corpo'' que sistematiza a técnica de dança e auto conhecimento corporal do Klauss Vianna e isso tem mudado muito meus parâmetros corporais.
Mesmo essa técnica se baseando no auto conhecimento físico a partir do movimento, e não da visualidade, ando me identificando e me encontrando através dela (de uma forma que Laban não conseguiu fazer ainda). Afinal de contas, a visualidade é apenas uma das formas que temos para entender nosso corpo.

(Segunda- feira)






(Terça-Feira)







(Desculpa gente, eu me esqueci completamente de tirar fotos hoje - quarta-feira - , mas juro que não tinha nada de novo nesse look.)

Sem mais comentários por hoje. Bjus